Diário de escrita ou escrita diária - três
Toda segunda uma pergunta para começar a semana e escrever
Uma das minhas resoluções de 2024 (a gente ainda faz isso ou ainda lembra que fez?) era ir mais ao cinema e tenho sido fiel à este propósito. Domingo de noite fui com uma amiga ver “O Sabor da Vida” com a Juliette Binoche sobre um casal de cozinheiros. Cada refeição feita por eles é preparada com afeto e paciência. E depois cada comida apreciada com intenção e deleite puro. É um filme lindo que vale a pena ver, daqueles que a gente fica horas depois pensando e ainda tem as relações como mistura de tudo.
Já tem um tempo que venho pensado nesse lugar da comida. Do prazer. Acho que depois que fiz 40 tenho pensado muito em todas as privações, dietas e culpas que eu já me submeti. Eu tenho um corpo grande e cheio, e não quero ficar contra ele o tempo todo. Eu quero comer com o prazer de Eugenie e com intenção, eu quero mesmo na pressa, fazer o ovo perfeito de manhã e me deliciar com ele. Comer com prazer e sem nóia, só a coisa boa e gostosa mesmo.
Tenho pensado muito sobre a finitude das coisas (e o filme também trata disso) e o que nos resta a fazer se não aproveitar a vida? Cuidar da gente com afeto e cuidado. Por que não sentir prazer em tudo? Esse tem sido um dos meus maiores questionamentos. A gente não precisa ficar no sofrimento. O tempo passa rápido para ficarmos nos lugares que não nos cabem, para comer coisas que não gostamos ou para achar que tudo tem que ser na luta. Pode sim ser no gozo.
Para a pergunta desta semana, aquelas que vamos escrever no caderno e responder quantas vezes quisermos (ou até segunda que vem), separei um questionamento especial para nos dar um mapa, uma luz, um caminho, um lugar.
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